domingo, 28 de julho de 2013

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: O TRABALHO COM FOLCLORE NO 1º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

O TRABALHO COM FOLCLORE NO PRIMEIRO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DEVE SER DIFERENCIADO , JÁ QUE AS CRIANÇAS ESTÃO NUMA FAIXA ETÁRIA DE CONSTRUÇÃO PRIMEIRA DA AQUISIÇÃO DA LÍNGUA ESCRITA E FALADA.
PORTANTO, O LÚDICO E O CONCRETO SERÃO PARTES INDISSOCIÁVEIS DESSA TRAJETÓRIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM.

O PROGRAMA LER E ESCREVER NÃO PLANEJOU ESSE TIPO DE ABORDAGEM. MAS, COMO ESTAMOS TRABALHANDO OS ÍNDIOS NO BRASIL, O TEMA DO FOLCLORE FICA COMO UMA SEQUENCIA DIDÁTICA, JÁ QUE A MAIORIA DAS LENDAS TEM SUA ORIGEM ENTRE OS INDIOS.

FATO CURIOSO:O PADRE JOSÉ DE ANCHIETA , UM DOS PRIMEIROS CATEQUISTAS NO BRASIL, DENTRO DAQUELA TRÍADE: DOTAR DE FÉ, DE LEI E DE REI, ANOTOU EM SEUS ESCRITOS A LENDA DO BOITATÁ.

COM ESSA LENDA, TRABALHAREMOS INICIALMENTE O FOLCLORE NO 1º ANO .
ELA SERA TRABALHADA COMO ATIVIDADE DE LEITURA FEITA PELA PROFESSORA. POSTERIORMENTE, SERÁ VISUALIZADO UM JOGO COM O TEMA COLETADO NO SITE DE JOGOS EDUCACIONAIS.

http://www.universoneo.com.br/fund/index.php?task=view&id=178






COMO ATIVIDADE DE ENCAMINHAMENTO, AS CRIANÇAS DESENHARÃO O BOITATÁ E ESCREVERÃO, EM DUPLAS E COM AUTONOMIA A FRASE:

"O BOITATÁ É UMA COBRA DE FOGO QUE VIVE DENTRO DOS RIOS E LAGOS."



A lenda no Norte e Nordeste 
De acordo com a lenda, o boitatá protege as matas e florestas das pessoas que provocam queimadas. O boitatá vive dentro dos rios e lagos e sai de seu "habitat" para queimar as pessoas que praticam incêndios nas matas. De acordo com esta lenda, o boitatá possui a capacidade de se transformar num tronco de fogo.
A lenda no Sul 
Numa lenda do sul do Brasil, a explicação para o surgimento da cobra de fogo está relacionada ao dilúvio (história bíblica que fala sobre a chuva que durou 40 dias e 40 noites). Após o dilúvio, muitos animais morreram e as cobras ficaram rindo felizes, pois havia alimento em abundância. Como castigo, a barriga delas começou a pegar fogo, iluminando todo o corpo.
Explicação científica:

- Pesquisadores afirmam que esta lenda está associada aos incêndios, que ocorrem espontaneamente em função da queima de gases oriundos da decomposição de material orgânico.

PROJETO ÍNDIOS DO BRASIL- PROGRAMA LER E ESCREVER

ATIVIDADE 2A-  LEITURA DA PROFESSORA E ANOTAÇÃO DAS INFORMAÇÕES RELEVANTES





Comentário: Há muito que superou-se a forma como se conta a origem dos indígenas no Brasil. Ao invés daquela figura ingênua que se encantava e se deleitava com as bugigangas do colonizador, apresentamos agora ao nosso aluno e aluna, a figura de um ser humano com características diferenciadas, com a cultura distinta, o que é estranho em comparação com a nossa cultura. O mais bonito dessa história toda é que na construção da nossa cultura contemporânea, há elementos dessa cultura.
Um ponto crítico dessa situação é que por mais que respeitemos os valores e os construtos dessa cultura ela não teria lugar para o nosso espaço de vivência e de convivência, como elemento agregador em sua forma total.O terreno das culturas, os choques advindos da sua diversidade é um campo fértil para elementos práxicos e dialogicos.



Muitas pessoas acreditam, ainda hoje, que os índios são algo do passado ou que eles estão desaparecendo e perdendo suas culturas. Outras imaginam que só há índios na Amazônia, que todos falam tupi e moram em ocas. É, tem muita ideia errada sobre os índios circulando por aí.




Pouca gente sabe quantos grupos indígenas existem hoje no brasil. Pois bem, aí vai a informação: são cerca de 200 sociedades indígenas diferentes, falando mais de 170 línguas e dialetos conhecidos. De norte a sul, de leste a oeste, existem aldeias indígenas em quase todos os estados que formam o Brasil. Cada uma destas sociedades indígenas tem um modo próprio de ser. Elas não são apenas diferentes da nossa sociedade, mas também se diferenciam entre si: nas tradições,nos conhecimentos, na arte, na economia, na história, no jeito de ver o mundo e de se relacionar com a natureza. Alguns desses povos entraram em contato com os
brancos há muito tempo, outros, porém, só agora começam a estabelecer relações.
Estima-se que a população indígena atualmente totalize mais de 280 mil indivíduos.
Ao manterem contato com os brancos, os índios mudam. Mas eles não deixam de ser índios por causa disto. Hoje é comum vermos índios usando relógios, roupas, gravadores e falando português. E eles continuam sendo índios. Isto ocorre porque
as culturas indígenas são antigas, mas não são paradas no tempo. Elas se modificam, se transformam em função de novos acontecimentos e situações. Como você
pode ver, esses dados mostram que os índios não fazem parte só do nosso passado, mas também estão aí no nosso presente e vão fazer parte do nosso futuro.
(...)
Luís Donizete Benzi Grupioni
Fonte: Programa Ler e Escrever 1º Ano  MEC/SEF





quarta-feira, 24 de julho de 2013

RESENHA DO PROJETO "INDIOS DO BRASIL" LER E ESCREVER


A pergunta inicial é: para que se vai trabalhar sobre os índios do Brasil com crianças do 1º ano do Ensino Fundamental? A proposta dos autores é que conte para a criança sobre os índios sem cair no estereótipo do romantismo ou do pejorativo.
A ênfase do Projeto centra-se em torno dos elementos culturais, aproximando as crianças da Identidade cultural do povo brasileiro, através da sua identificação e valorização.
A abordagem também sobre a relativização da “descoberta” do Brasil pelos europeus, desconsiderando as culturas já existentes aqui.
No resgate da cultura indígena, fica a valorização das raízes brasileiras, dimensionando a importância do índio como ser cultural e constitutivo de nossa nação.
PROFESSORA: ____________________________________________ SALA: FICHA DE ACOMPANHAMENTO DO PROJETO “INDIOS DO BRASIL”- LEITURA NOME DO ALUNO HABILIDADES DESENVOLVIDAS S ( ) N( ) P( ) Ler legendas ou partes delas a partir das imagens e de outros índices gráficos. S ( ) N( ) P( ) Antecipar significados de um texto escrito a partir das imagens/ilustrações que o acompanham ou marcadores característicos de cada gênero. S ( ) N( ) P( ) Diferenciar tipos de livros, literários, informativos e demais suportes de texto e saber nomeá-los, conhecendo seus usos. S ( ) N( ) P( ) Apreciar textos literários (considerando aqui a leitura de mitos e lendas). S ( ) N( ) P( ) Escutar atentamente a leitura de mitos e lendas. Fazer comentários sobre a trama, os personagens e cenários. Relembrar trechos. Relacionar as ilustrações com trechos da história (sobre mitos e lendas). S( ) N ( ) P( ) Conseguir recontar um mito que ouviu mantendo uma sequência, recuperando trechos da narrativa e usando expressões ou termos do texto escrito. S( ) N( ) P( ) Emitir comentários pessoais e opinativos sobre o texto lido. FICHA DE ACOMPANHAMENTO DO PROJETO “INDIOS DO BRASIL”- ESCRITA NOME DO ALUNO HABILIDADES DESENVOLVIDAS S( ) N( ) P( ) Usar conhecimentos sobre as características das narrativas míticas ao produzir um texto, ditando ao professor, respeitando as normas da linguagem que se escreve. S( ) N( ) P( ) Antecipar significados de um texto escrito. S( ) N( ) P( ) Usar um texto fonte para escrever de próprio punho. S( ) N( ) P( ) Produzir listas nas atividades relacionadas ao estudo (lista de alimentos cultivados pelos povos estudados, por exemplo S( ) N ( ) P ( ) Arriscar-se a escrever segundo suas hipóteses. FICHA DE ACOMPANHAMENTO DO PROJETO “INDIOS DO BRASIL” CIÊNCIAS NATURAIS E SOCIAIS (HISTÓRIA, GEOGRAFIA E CIÊNCIAS NATURAIS NOME DO ALUNO HABILIDADES DESENVOLVIDAS S( ) N( ) P( ) Estabelecer relações entre o modo de vida de seu grupo social e de outros grupos no presente e no passado. S( ) N( ) P( ) Interessar-se pela maneira de viver de diferentes grupos. S( ) N( ) P( ) Demonstrar respeito em relação às diferenças. S( ) N( ) P( ) Interagir com as diferentes tradições culturais e utilizá-las em suas brincadeiras, jogos e apresentações S( ) N( ) P( ) Registrar informações, utilizando diferentes formas: desenhos, textos orais ditados ao professor, comunicação oral registrada em gravador etc. FICHAS DE ACOMPANHAMENTO DO PROJETO “INDIOS DO BRASIL” ARTES NOME DO ALUNO HABILIDADES DESENVOLVIDAS S( ) N( ) P( ) Apreciar, externando opiniões e sentimentos, reproduções de obra de arte em livros, fotos, internet S( ) N( ) P( ) Desenhar, pintar, produzir colagens transformando, produzindo novas formas, pesquisando materiais, pensando sobre o que produz. S( ) N( ) P( ) Valorizar suas produções e de seus colegas

quarta-feira, 17 de julho de 2013

O papel da consciência na aprendizagem

A consciência é um sentimento de si gerado pelo relato não verbal resultante da percepção concomitante das alterações orgânicas e do objeto que as provoca, como assegura Antônio Damásio, reconhecido médico neurologista em seu livro “The feeling of what happens: body and emotion in the making of consciouness”, traduzido pelo português como “O mistério da consciência”. Tranformar um objeto (padrão neural, aquilo que eu visualizo) em um padrão mental, através da consciência. Todas as coisas que visalizamos passa primeiro pela nossa consciência, o sentimento de si, de esta r e de perceber.Algo só existe para mim se eu aceitar como tal, se o meu aparato orgânico e psíquico realizou desse objeto uma “assimilação deformante”, segundo Piaget. Nós que estamos criando esses objetos, não os outros. Ao partir desse princípio, a perspectiva dos livros de auto-ajuda que insistem em dizer que podemos mudar a nossa vida pela força do nosso pensamento está correta. No filme Alice no país das maravilhas, a personagem principal cai em um buraco e entra em um mundo totalmente estranho ao que traria o seu cotidiano. Como Alice não é real, todos os sentimentos e afetos que o filme nos provoca, foi gerado pela mente de Lewis Carrol, o autor da história.Para Damásio, a consciência é criada a posteriori, não havendo inatismo, um processo contínuo, de constante recriação, apoiado na metáfora do rio que flui incessantemente. Um problema se apresenta aí: se a consciência para ser, precisa do corpo, a perspectiva da vida sem o corpo, a nossa imortalidade cogitada por segmentos religiosos, inexiste. Quando morre o físico, o orgânico e o psíquico perecem. Não acredito nisso e creio que essa revelação sobre a consciência é apenas parte da verdade, pelos métodos particulares e acasos empíricos, na epistemologia sujeito objeto. A epistemologia ou origem do conhecimento, cuja origem deriva do grego: episteme: conhecimento e logos: estudo estuda essa relação, no qual o sujeito (cognoscente), atua sobre o objeto, que sofre o processo do conhecimento. Para além de Damásio, apoiada em experiências empíricas, assimilei outro tipo de consciência que não dependia do corpo, já que estava sobre a cama, impossibilitado, gravemente ferido. Então, não preciso de apoio religioso para afirmar que existe consciência fora do corpo humano, que há um inatismo que não está necessariamente ligado as nossas experiências terrenas. E toda experiência psicológica que tenho tido, seja como aluna ou como paciente, revela um caminho, que por mais fascinante e encorajador, não satisfaz algo que foi adquirido com a minha experiência da consciência desprendida do corpo por apresentar um reducionismo de uma realidade que observamos em espelho, mas um dia veremos face a face. Dos alunos que submeto a encaminhamentos, quando estes acontecem, o que está cada vez mais difícil, em face da demanda e da banalização do atendimento psicológico, observo uma sensível melhora o que admite a possibilidade de que há uma parte da nossas consciência dócil a instrução e orientação e abre outro parâmetro: os sujeitos quando tem consciência de si, de seus processos mentais, de seus padrões de comportamento concomitante a moralidade instituída e desejada, consegue superar uma forma errada de ser e de estar e adquirir harmonia.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Para uma Pedagogia Experimental, o estudo de métodos e currículos

Atualizando a Pesquisa e a Prática

Fonte: Munari, Alberto, Jean Piaget,Ed. Massangana, Coleção Educadores MEC

Tenho lido sobre o referencial teórico da Pedagogia enquanto Ciência e me deparei com uma frase de Munari (p. 76,2010), em que não há um pedagogo de expressividade para nos representar e essa Ciência encontra-se defasada em relação as outras.
Um problema muito grande é não haver pesquisas sobre os resultados de ensino aplicados nas escolas, sejam públicas ou particulares. Eis que se torna necessário um segmento da Sociedade que se ocupe em selecionar pedagogos, professores pesquisadores que tragam os resultados das salas de aulas, ainda em que amostragens tímidas de pesquisas e observações.
Munari (idem), pontua que os grandes nomes envolvidos com a Pedagogia não eram pedagogos: Comênio era teólogo e filosófo, Rousseau não lecionava, Fröbel, criador do Jardim de Infância era químico e filósofo, e tantos outros como Montessori, Piaget, Claraparède,etc.
Então, se a Ciência nos deixou órfãos de um grande nome para nos representar, representemos a nós mesmos e lembremo-nos que a Pedagogia é a mais nobre das Ciências, pois a ação do professor primário é a raiz das outras profissões. Sem uma professora primária não existiriam as demais disciplinas nem a formação de outros profissionais, ainda que algumas famílias insistam no ensino doméstico, carecem de metodologias e técnicas adequadas.
Peço o fortalecimento das conexões entre as Ciências como Psicologia, História e Letras do Campus da UNESP de Assis  e a Secretaria de Educação de Assis e o investimento para a Formação continuada de Professores de Educação Básica, com um nível de excelência nas áreas de Mestrado e Doutorado.
Os professores do Curso de Letras da UNESP de Assis observam que seus alunos e alunas, ainda que tenham conseguido passar no Vestibular, tem uma grande dificuldade em interpretar textos com maior aprofundamento e cometem erros ortográficos e gramaticais.
A nossa cultura de leitores está se formando agora e uma boa parte  dos profissionais ligados a área de Humanas não conseguem e nem gostam de ler. Isso vem da escola tradicional: ler apenas os autores que iriam cair na prova da Escola. Quando chega a prova do vestibular, que é uma avaliação externa, a primeira tarefa é tentar adivinhar se vai cair Guimarães Rosa, Machado de Assis ou José de Alencar.
Um ponto positivo muito importante no PNAIC (Programa Nacional para Alfabetização na idade certa) é que há uma boa quantidade de leituras referentes a área e a formação de tutores e orientadores .







domingo, 7 de julho de 2013

CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NA VISÃO DE EMILIA FERREIRO E O RESGATE EMPÍRICO DE UMA SALA DE APOIO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL





CONSCIÊNCIA FONOLÓGICA NA VISÃO DE EMILIA FERREIRO E O RESGATE EMPÍRICO DE UMA SALA DE APOIO 3º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL
ATUALIZANDO A PESQUISA E A PRÁTICA

Para que serve segmentar a fala?-pergunta Emilia Ferrero. Ao pedir chocolate a sua mãe, a criança grita: CHO-CO-LA-TE, em situações de oralidade. Isso é próprio da criança, não precisa ser ensinado. Da mesma forma, uma professora quando chama a atenção do seu aluno ou aluna, para enfatizar a repreensão, segmenta:
__MA-RI-A DA -SIL-VA, sente-se em seu lugar!
Na última sexta-feira, ao ensinar uma criança que veio de uma sala de aula regular para a SAP (Sala de Apoio pedagógico) com problemas na sua base alfabética (silábico com valor sonoro), eu estava trabalhando ortografia: X ou CH.
O contexto que se dá é: o texto no livro didático de Língua Portuguesa, que não pode ser usado porque havia poucos alunos, a música (texto de memória), “Caranguejo não é peixe” e a escrita imperfeita da palavra chave, “xave”.
Pois bem, peço aos alunos que me digam duas listas de palavras: uma com x e outra com ch. Trabalhamos com poucas palavras, para não cansar demais.
O aluno me deu a palavra: XERIFE. Construí na lousa com as crianças a lista de palavras e chamei-o para ler a palavra que tínhamos construído, pontuando os pedaços sonoros da palavra, inicialmente e depois lendo a palavra sem silabar.
Ele, a quem chamarei de Guto, para preservar a sua identidade, leu a palavra pontuando as letras da palavra, letra, por letra, e deu-se um conflito no mesmo: porque x para XE, e para RI e r para FE, ficou mais conflituoso, porque se a escrita fosse realizada por ele, apagaria o restante das letras, já que buscou acomodar cada som vocálico a uma letra, o que oscilaria ele novamente para a hipótese silábica sem valor, porque r para FE não corresponde.
   XERIFE

XERIFE
Percebi que era o momento de intervir: peguei um giz colorido e expliquei a ele novamente que as sílabas, pedacinhos sonoros das palavras, se constroem com quantidades de letras e naquele caso, usamos duas letras para cada sílaba.
Fiz um aporte fônico, enfatizando o som de casa sílaba, e demonstrando qual a parte do nosso aparelho vocálico usamos para pronunciar as sílabas: x um som emitido entre os dentes, rrr, o som com a língua apoiada no céu da boca, fff, o som com os dentes apoiados nos lábios.
(Cagliari  (Alfabetizando sem o bá-bé-bi-bó-bu, 1999) considera pedante um ensino dessa forma, mas não há outra maneira de ensinar e as crianças se divertem, porque ao se exagerar as pronúncias das letras, nossas expressões faciais ficam bem interessantes.)
Com o giz colorido, pontuei corretamente as sílabas da palavra e pedi a ele que lesse, apontando com o dedo cada pedacinho sonoro. Ele ficou feliz, porque o seu conflito tinha sido resolvido e conseguiu ler as outras palavras ditadas por outras crianças.
Já tinha sido mostrado a mim,pela Coordenação,  a dificuldade dessa criança, que na escrita, como silábico alfabético, insiste na sua zona de conforto que é a leitura com o nível silábico com valor sonoro. E foi por essa leitura e sua dificuldade de estruturar uma frase numa produção de texto que foi remanejado.
Não pude, entretanto, mantê-lo silábico com valor sonoro, porque Guto já realizou muitas descobertas, e para uma lista de palavras no campo semântico, ele escreveu assim:
MOTAELA       MORTADELA
PESUNTO      PRESUNTO
QUEGO       QUEIJO
PONÂO       PÃO
OMININOKMEUQUEGO.
O MENINO COMEU QUEIJO
Se pedir a ele que lê essa construção, provavelmente, agora pontuará as sílabas e não as letras. Se entendi bem o que Ferreiro e Weisz quis questionar nesse diálogo, talvez tenha dado a resposta.
A consciência fonológica é importante para as crianças no processo de alfabetização, sim, mas não resolve o problema de todas.
Tenho ainda dois alunos que estão no silábico com valor sonoro há mais de um ano e que acreditam ser essa a forma correta de escrever, que quem escreve errado são os pares e eu.
Métodos construtivistas e interacionistas, silabação, fonetização, material concreto e lúdico, figuras, recortes, cruzadinhas, todo o tipo de estimulação pedagógica que eu conheço já foram utilizados e mesmo de férias, estou garimpando uma forma de mediatizar o acesso dessas crianças a mundo alfabético e letrado.
Pois, como diz Rogers (2010):
“ A compreensão do outro, profunda e autêntica constitui um elemento a mais que contribui para criar um clima próprio para a auto-aprendizagem fundada sobre a experiência quando aquele que ensina é capaz de compreender as reações do estudante no seu íntimo, de perceber a maneira como nele repercute o processo pedagógico (p.18)”
Sobre a insistência dos alunos em manter-se estagnados na sua hipótese, Rogers (2010), assim se posiciona:
“ A  aprendizagem que implica uma modificação da própria organização pessoal_ da percepção de si _ representa uma ameaça e o aluno tende a resistir a ela (p.21”).
Esses alunos só estarão aptos a modificar sua hipótese quando para eles isso for plausível e interessante , que descubram estarem errados.
Agradecendo em nome dos educadores que posso ter a humildade de representar as duas elegantes senhoras, Telma Weisz e Emília Ferreiro, toda a contribuição que fizeram para a Educação brasileira, da descoberta sobre os níveis de alfabetização das crianças, da preocupação em inserir o letramento paralelo a Alfabetização, peço que reconsiderem algumas aspas em seu discurso e permitam aos senhores professores inserirem a consciência fonológica em sala de aula como um recurso, pois o próprio professor ou professora, é um recurso vivo e atuante.