NAS MALHAS DO APEGO: NATUREZA,
CULTURA E DESENVOLVIMENTO HUMANO
Fonte: Cognição,
Afetividade e Cultura, Sérgio da Silva Leite (org) Casa do Psicólogo São Paulo,
2002)
(Capítulo de autoria de Vera Silvia Raad Bussab)
Anotações
O apego é um instrumento primário e instintivo (Bowlby,
1969, 1974), demonstrando isso pelo fato do vínculo se formar através de
interações lúdicas e afetuosas.
Foram as relações de apego que criaram a base para o
desenvolvimento cultural, portanto, é necessário que se tenha um investimento
afetuoso positivo nas relações de Educação.
A matriz dessas interações por parte da criança é construída
no seu entorno familiar. A partir das vivências cotidianas, a criança torna-se
capaz de se relacionar com o mundo, tendo como base as estruturas que lhe
forneceram as relações de apego construídas em seu lar.
Heidi Keller nos traz aportes significativos sobre o modo
como se formam as escolhas dos sujeitos sociais: ou individualistas ou
coletivistas.
Segundo a autora, já na primeira infância é muito importante
a calorosidade e a afetividade positiva dos adultos em relação ao bebê para que
ele construa laços positivos com o seu entorno.
Entrelaçando essa investigação com o real, abre-se a
possibilidade de refletir sobre o comportamento do filho do casal de policiais
militares que tinha uma doença congênita que o mataria dentro de poucos anos,
segundo diagnósticos médicos.
Somando a isso, o tipo de Vídeo game que a criança assistia
que se referia a matadores de aluguel, onde a banalização da vida era constante
e pueril.
Não é necessário ter formação psicológica ou psiquiatra para
entender que as relações cognitivas, afetuosas e culturais daquela criança o
estimularam a desprezar a vida e a odiá-la, não tendo referência positiva de
afeto, a não ser a de papel social de justiceiro pelas próprias mãos e é sabido
o caso de policiais militares que matam e agridem sem um motivo básico.
Todas essas conjunturas a desesperança, o desamor, o dever do
soldado ( A ROTA É FODA (frase do menino escrita em um de seus cadernos
escolares) o levaram a tirar a própria vida e a de sua família.
SISTEMA I: Sistema de cuidado primário que inclui
alimentação, abrigo e proteção.
Voltando ao tema em
foco, a amamentação dos filhos das famílias que tem extrema pobreza pode ser um
dos únicos momentos onde a interação afetiva se constrói. Em Rajput, na
India,as mães dizem que todas as crianças são iguais e não
prestam muita atenção a elas, o que pode explicar alta mortalidade infantil.
SISTEMA II:
Sistema corporal e ato de carregar: em caçadores coletores e
em determinadas civilizações, o ato de carregar a criança a protege dos perigos
do meio e lhe dá uma base de segurança a mais.
SISTEMA III: Sistema de estimulação
O fato de brincar com o bebê, de lidar com o seu corpo, de
fazê-lo ter consciência de suas percepção corporal o dota de experiências que o farão
desenvolver, de modo positivo a contingências emocionais e compartilhamentos
afetivos.A criança descobre a eficiência do próprio corpo em relação ao
ambiente;
SISTEMA IV: Sistema face a face
A “catação” acústica, definida por Durban (1966), como o
meio de promover elos entre os indivíduos como a catação entre os primatas, que
se resume entre os contatos das pseudo linguagem entre mães, pais, filhos e
filhas como importante procedimento para uma base segura da relação de
afetividade positiva,primeiro entre os membros do grupo social inicial que é o
familiar, segundo do indivíduo para seus pares, que é o que convive em outra
esfera social e terceiro do individuo para o entorno.
Cria-se então uma Matriz de dimensão psicológica:
Self seguro:proteção e segurança: cuidados primários, filiação
e parentesco; Self corporal: sistema de contato corporal e consciência do corpo
e Self mental: individualização , no sistema face a face;
Nenhum comentário:
Postar um comentário