domingo, 19 de agosto de 2012

Páginas amarelas da Veja: entrevista com um educador






 Não ficou clara para mim a postura elitista de João Batista Araújo de Oliveira em relação as suas falas contra os Pedagogos.
Começa com Paulo Freire e termina com Rubem Alves”, foi essa sua colocação. Ele cobra uma formação técnica em contraponto a um ensino acadêmico, como se nós, professores, pudéssemos alterar as diretrizes curriculares que nos são impostas.
Em um segundo momento, fala da falta de nível entre os profissionais do Magistério. Talvez ele se reporte a popularização do ensino, onde pessoas de extratos sociais desfavorecidos economicamente ascendem a postos de comando, pois o professor e a professora, mesmo em face de sua desautorização, é um líder, um administrador das relações ensino aprendizagem.
Quando se refere a “quintuplicação’ dos salários docentes, esquece que ficamos cinco anos dentro de uma Universidade, tendo uma formação que nos é imposta e vamos praticar o nosso ofício, ganhando o mesmo que um motorista da prefeitura que nos contrata.
Detalhe: tal funcionário, respeitando suas atribuições e o seu papel social de grande relevância não tem o Ensino Médio completo.
Para finalizar, eu, que sou oriunda de uma classe de trabalhadores, enfrento o estigma e o preconceito de gente que pensa como esse senhor.
O IDEB da escola que eu trabalho subiu de 4,9 a 6,12, com a minha atuação, somada a dos meus colegas, e continuo sendo perseguida e desautorizada, por questões políticas e econômicas, passando pelo crivo da elitização do ensino.
Trabalho com Alfabetização e com Letramento. Um aluno que não consegue se alfabetizar corretamente, não participa das práticas de Letramento, se estamos falando do mesmo assunto.
Quando alguém ataca uma pessoa que saiu da pobreza material e cultural e conseguiu uma formação, esquece que “os filhinhos de papai e de mamãe” não se esforçam para ter um bom nível de formação profissional, porque tudo lhes é facilitado.
Existe a possibilidade de ao trabalhar com a Educação não querer dotar os filhos da classe pobre de um ensino de qualidade, pois se eles e elas conseguirem um bom nível de capital cultural, podem pegar as vagas deles em Concurso de Provas e títulos.
Por outro lado, concordo com João Batista Araújo e Oliveira, quando ele fala de uma distribuição de tablets entre os professores.
Dinheiro jogado fora, pois o livro didático, se usado corretamente, proporciona um nível de ensino de qualidade atrelado às práticas corretas de pesquisa e busca de material didático adequado, somado as apostilas como as do Positivo e do Projeto Ler e Escrever dá uma boa base se o professor e a professora quiser trabalhar.
Uma calamidade é constatar que em algumas escolas, os livros didáticos ficam encostados, trancados dentro do armário, e também é dinheiro jogado fora.
Os equipamentos de informática, computadores bons e novos, estão também trancados, pois para alguns alunos, não são acessíveis já que em algumas escolas, alguns gestores tem medo dos alunos estragarem o acervo e professores despreparados não conseguem ministrar uma aula de qualidade.
Na Gestão do Secretário da Educação, Professor Rubens Cruz,em Assis, São Paulo,  os professores e as professoras estavam tendo capacitação para trabalharem Informática com as crianças.
Um dinheiro que escorreu pelo ralo, pois foi contratado um especialista no assunto para trabalhar com as crianças e ele ou ela não pode atender muita gente.
Uma fatia considerável da clientela escolar fica de fora, ocasionando a "exclusão digital" e isso é muito grave, do ponto de vista social e econômico.


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