EDUCAÇÃO NA DIVERSIDADE E PARA A DIVERSIDADE
TEMA: 4º FÓRUM DE INCLUSÃO NA UNESP DE ASSIS
Educar na diversidade e para a diversidade. Isso tudo é
muito bonito. Mas não se aplica de todo a realidade, não da forma como está
estruturada a escola pública.
Há cinco anos, um Professor Mestre de Educação Física
reclamava da falta de infraestrutura das escolas públicas. O quadro não mudou
muito, não há rampas e nem acessibilidade.As escolas não estão preparadas para
atender os alunos com necessidades especiais.
Os professores trabalham com salas lotadas e sem estagiário.
Pode-se ter o CIAPS, o SIM, o SER mas as crianças com NEE
passam boa parte na sala de aula.
Proibi-las de frequentar a escola regular não é possível, já
que fere o seu direito.
No entanto, precisamos de escolas aparelhadas o suficiente e
profissionais com cursos de capacitação para saber lidar com essa clientela.
Não firo nenhum dispositivo ético e nem exponho ninguém e
nada quando falo que trabalhei
praticamente o ano inteiro com uma aluna DM que só tinha acompanhamento da
auxiliar quando a cadeirante vinha.
Quando a cadeirante faltava, a estagiária era designada para
outra sala de aula e eu ficava sozinha com uma sala lotada e a aluna DM.Tive
problemas de toda ordem.
No ano seguinte, o prejuízo maior foi meu. Alguns alunos
(cinco) não produziram textos (escrita
de contos) que a diretora considerou satisfatório e foi determinado por ela que
eu não poderia dobrar a jornada naquele ano.
Interessante mesmo é
que dessa sala, há um aluno que venceu o Campeonato de xadrez e ouvi dizer que hoje está no CEDET da UNESP de Assis
como aluno portador de altas habilidades. Claro que o mérito é dele, mas sei
que mediei muitas de suas habilidades, como o raciocínio lógico matemático,
construção de inferências e estratégias de aprendizagem.
Hoje, ouvi de uma diretora de escola a fala que mostra o
quanto os educadores e os gestores anseiam por capacitação. Sinto informar que
não existe receita pronta.
Para trabalhar com alunas e alunos NEE há de se ter perfil.
Perfil, aliás, parece ser a palavra preferida das gestoras.
O perfil que se distingue é um imperativo categórico que
“TODOS ALUNOS PODEM APRENDER”, mas... os alunos com NEE aprendem de acordo com
as estruturas cognitivas deles e para alguns professores, isso não é
suficiente.
Lembrei-me agora da Poesia de Cecília Meirelles “Ou isto, ou
aquilo”.
Ou consideramos que os alunos com necessidades especiais
aprendem de forma diferente e paramos de engessar o currículo, selecionando
para a amostragem do IDEB apenas os alunos que conseguem acompanhar o currículo
formal ou paramos de exigir algumas coisas dos professores que tem alunos com
NEE nas suas salas.
Ou sou uma pessoa inconformada com a realidade que age como
elemento transformador, como uma mosca na sopa ou adquiro a síndrome de
Pollyana.
Queria agradecer o Professor palestrante, muito solícito e simpático, mas o recorte no real é previsível e alimenta a práxis e a dialogicidade, sem esses elementos, não construiremos uma escola de qualidade.
Qualidade, aliás, é a segunda palavra preferida das gestoras...
Controle de qualidade, perfil e reengenharia...
Mas isso é outra prosa....
Queria agradecer o Professor palestrante, muito solícito e simpático, mas o recorte no real é previsível e alimenta a práxis e a dialogicidade, sem esses elementos, não construiremos uma escola de qualidade.
Qualidade, aliás, é a segunda palavra preferida das gestoras...
Controle de qualidade, perfil e reengenharia...
Mas isso é outra prosa....
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