quarta-feira, 28 de agosto de 2013

EDUCAÇÃO  NA  DIVERSIDADE  E PARA  A DIVERSIDADE
TEMA: 4º FÓRUM DE INCLUSÃO NA UNESP DE ASSIS





Educar na diversidade e para a diversidade. Isso tudo é muito bonito. Mas não se aplica de todo a realidade, não da forma como está estruturada a escola pública.
Há cinco anos, um Professor Mestre de Educação Física reclamava da falta de infraestrutura das escolas públicas. O quadro não mudou muito, não há rampas e nem acessibilidade.As escolas não estão preparadas para atender os alunos com necessidades especiais.
Os professores trabalham com salas lotadas e sem estagiário.
Pode-se ter o CIAPS, o SIM, o SER mas as crianças com NEE passam boa parte na sala de aula.
Proibi-las de frequentar a escola regular não é possível, já que fere o seu direito.


No entanto, precisamos de escolas aparelhadas o suficiente e profissionais com cursos de capacitação para saber lidar com essa clientela.
Não firo nenhum dispositivo ético e nem exponho ninguém e nada  quando falo que trabalhei praticamente o ano inteiro com uma aluna DM que só tinha acompanhamento da auxiliar quando a cadeirante vinha.
Quando a cadeirante faltava, a estagiária era designada para outra sala de aula e eu ficava sozinha com uma sala lotada e a aluna DM.Tive problemas de toda ordem.
No ano seguinte, o prejuízo maior foi meu. Alguns alunos (cinco) não produziram textos  (escrita de contos) que a diretora considerou satisfatório e foi determinado por ela que eu não poderia dobrar a jornada naquele ano.
  Interessante mesmo é que dessa sala, há um aluno que venceu o Campeonato de xadrez e  ouvi  dizer que hoje está no CEDET da UNESP de Assis como aluno portador de altas habilidades. Claro que o mérito é dele, mas sei que mediei muitas de suas habilidades, como o raciocínio lógico matemático, construção de inferências e estratégias de aprendizagem.
Hoje, ouvi de uma diretora de escola a fala que mostra o quanto os educadores e os gestores anseiam por capacitação. Sinto informar que não existe receita pronta.
Para trabalhar com alunas e alunos NEE há de se ter perfil.
Perfil, aliás, parece ser a palavra preferida das gestoras.
O perfil que se distingue é um imperativo categórico que “TODOS ALUNOS PODEM APRENDER”, mas... os alunos com NEE aprendem de acordo com as estruturas cognitivas deles e para alguns professores, isso não é suficiente.
Lembrei-me agora da Poesia de Cecília Meirelles “Ou isto, ou aquilo”.
Ou consideramos que os alunos com necessidades especiais aprendem de forma diferente e paramos de engessar o currículo, selecionando para a amostragem do IDEB apenas os alunos que conseguem acompanhar o currículo formal ou paramos de exigir algumas coisas dos professores que tem alunos com NEE nas suas salas.
Ou sou uma pessoa inconformada com a realidade que age como elemento transformador, como uma mosca na sopa ou adquiro a síndrome de Pollyana.
Queria agradecer o Professor palestrante, muito solícito e simpático, mas o recorte no real é previsível e alimenta a práxis e a dialogicidade, sem esses elementos, não construiremos uma escola de qualidade.
Qualidade, aliás, é a segunda palavra preferida das gestoras...
Controle de qualidade, perfil e reengenharia...
Mas isso é outra prosa....




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