Não ficou
clara para mim a postura elitista de João Batista Araújo de Oliveira em relação
as suas falas contra os Pedagogos.
“Começa com
Paulo Freire e termina com Rubem Alves”, foi essa sua colocação. Ele cobra
uma formação técnica em contraponto a um ensino acadêmico, como se nós,
professores, pudéssemos alterar as diretrizes curriculares que nos são
impostas.
Em um segundo momento, fala da falta de nível entre
os profissionais do Magistério. Talvez ele se reporte a popularização do ensino,
onde pessoas de extratos sociais desfavorecidos economicamente ascendem a
postos de comando, pois o professor e a professora, mesmo em face de sua
desautorização, é um líder, um administrador das relações ensino aprendizagem.
Quando se refere a “quintuplicação’ dos salários
docentes, esquece que ficamos cinco anos dentro de uma Universidade, tendo uma
formação que nos é imposta e vamos praticar o nosso ofício, ganhando o mesmo
que um motorista da prefeitura que nos contrata.
Detalhe: tal funcionário, respeitando suas
atribuições e o seu papel social de grande relevância não tem o Ensino Médio
completo.
Para finalizar, eu, que sou oriunda de uma classe de
trabalhadores, enfrento o estigma e o preconceito de gente que pensa como esse
senhor.
O IDEB da escola que eu trabalho subiu de 4,9 a
6,12, com a minha atuação, somada a dos meus colegas, e continuo sendo
perseguida e desautorizada, por questões políticas e econômicas, passando pelo
crivo da elitização do ensino.
Trabalho com Alfabetização e com Letramento. Um
aluno que não consegue se alfabetizar corretamente, não participa das práticas
de Letramento, se estamos falando do mesmo assunto.
Quando alguém ataca uma pessoa que saiu da pobreza
material e cultural e conseguiu uma formação, esquece que “os filhinhos de
papai e de mamãe” não se esforçam para ter um bom nível de formação profissional,
porque tudo lhes é facilitado.
Existe a possibilidade de ao trabalhar com a
Educação não querer dotar os filhos da classe pobre de um ensino de qualidade,
pois se eles e elas conseguirem um bom nível de capital cultural, podem pegar as vagas deles em Concurso de Provas e títulos.
Por outro lado, concordo com João Batista Araújo e
Oliveira, quando ele fala de uma distribuição de tablets entre os professores.
Dinheiro jogado fora, pois o livro didático, se
usado corretamente, proporciona um nível de ensino de qualidade atrelado às
práticas corretas de pesquisa e busca de material didático adequado, somado as
apostilas como as do Positivo e do Projeto Ler e Escrever dá uma boa base se o
professor e a professora quiser
trabalhar.
Uma calamidade é constatar que em algumas escolas,
os livros didáticos ficam encostados, trancados dentro do armário, e também é
dinheiro jogado fora.
Os equipamentos de informática, computadores bons e
novos, estão também trancados, pois para alguns alunos, não são acessíveis já
que em algumas escolas, alguns gestores tem medo dos alunos estragarem o acervo
e professores despreparados não conseguem ministrar uma aula de qualidade.
Na Gestão do Secretário da Educação, Professor
Rubens Cruz,em Assis, São Paulo, os professores e as professoras estavam tendo capacitação para
trabalharem Informática com as crianças.
Um dinheiro que escorreu pelo ralo, pois foi
contratado um especialista no assunto para trabalhar com as crianças e ele ou
ela não pode atender muita gente.
Uma fatia considerável da clientela escolar fica de fora, ocasionando a "exclusão digital" e isso é muito grave, do ponto de vista social e econômico.
Créditos da imagem: http://linux.meuhobby.com/index.php?pag=themes/galeriatux/O-Professor.html